24.7.09
16.7.09
quem é que não o conhece...
charanga, como é conhecido no mundo do espectáculo, tem os seus trintas e muitos, senão quarentas, e é um tipo que gosta de rock n roll. mantém-se fiel à ganga integral e ainda preserva o corte de cabelo estilo black sabbath original. trabalha numa serralharia (talvez) e por motivos alheios ao mesmo, é coxo (que excelente tirada). nos meus primeiros set’s, que confesso, utilizei como projecção no que toca ao conhecimento de raparigas, só o charanga se prostrava em frente da mesa de mistura. a pista podia estar vazia. mas o charanga marcava presença. e sempre até ao fim. pedia-me os led zepellin, os clash, os sex pistols. basicamente tudo o que lhe permitisse agitar-se em movimentos bruscos enquanto disparava solos de guitarra. mas quando lançava o “say hello to the angels” ou o “alec eiffel” o entusiasmo era o mesmo. retorquia com um “boa malha, boa malha” e soltava uns quantos “air guitars”. sempre com uma óptima opinião em relação aos alinhamentos, foi a voz de conforto nos dias de casa vazia. mesmo quando rebentámos o primeiro amplificador ou quando mandávamos a maior quantidade de pregos possível numa noite, dada o estado próximo do coma, induzido pelos próprios, ele lá estava para nos apoiar. porque o charanga é isso mesmo. é sair da serralharia ao fim do dia, ao fim de uma semana, e estar lá, no apogeu semanal a vibrar com o rock n roll, a beber uma super-bock. agora, teve a merecida homenagem. pelas mãos do miúdo que trocou as roupas liceais de há dez anos pela t-shirts dos motorhead, ou em dias de trovoada pela camisola de alças. tudo o que a letra descreve é tão verdade que arrepia. quem o conhece constatará tudo isso na merecida homenagem.