8.7.05

Portugal a Horas

Petição para a Pontualidade

Ao Presidente da Assembleia da República:
Um dos nossos problemas enquanto nação é a falta de pontualidade em relação aos nossos compromissos (participar numa reunião, chegar a tempo a uma consulta, etc). A nosso ver, a razão essencial por que tendemos a estar atrasados para os nossos compromissos é um círculo vicioso: chegamos atrasados por julgarmos que os outros vão chegar também, e uma vez que as nossas “profecias” se realizam, reforçamos esse comportamento. De tal forma que os atrasos são considerados uma coisa normal.

Este fenómeno tem consequências graves aos mais diferentes níveis. No plano individual, vemos o nosso tempo desperdiçado. No plano económico, as horas de trabalho perdidas e os compromissos não cumpridos têm graves consequências.

O que fazer? Uma hipótese é criar o dia da pontualidade. Porém, essa medida não nos parece adequada: um dia por ano serviria apenas para fomentar algumas medidas avulsas que não teriam efeitos permanentes.

Do nosso ponto de vista, outra hipótese com maiores probabilidades de sucesso no sentido de mudar radicalmente os nossos hábitos, seria dedicar um ano à Pontualidade. Por outras palavras: criar um ano para colocar Portugal a horas com um esforço permanente nesse período que envolvesse o conjunto da comunidade nacional. É árduo mudar hábitos enraizados, mas no espaço de um ano podemos criar novos e melhores hábitos que, depois de implantados, serão também difíceis de alterar. Alguns exemplos de hábitos a incentivar podem ser:
- Chegar cinco minutos antes da hora marcada aos compromissos;
- Começar as reuniões a horas mesmo que não estejam todas as pessoas;
- Censurar diplomaticamente os eventuais atrasos.

Esta deve ser uma iniciativa da Assembleia da República tornada o mais ampla possível. Consequentemente, não deve ser vista como a iniciativa de um determinado grupo parlamentar, mas como uma iniciativa conjunta de todos os grupos parlamentares, a que o Governo se juntaria numa fase posterior. Mais, deveria ser procurado previamente o apoio da sociedade civil (nomeadamente de escolas, clubes, sindicatos e associações patronais, entre outras). Para colocar Portugal a horas. *

* Versão modificada da carta ao director publicada na edição nº 4163 (12/8/2001) do Público.

Esta petição será entregue ao Presidente da Assembleia da República em exercício depois de ultrapassar as 10 000 assinaturas.

Com os melhores cumprimentos

Os abaixo-assinados

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Eu já assinei a Petição e ourtos 3100 também. Mas infelizmente quer me parecer que, mesmo que ela tivesse já 10 milhões de assinaturas e as medidas propostas aprovadas pela Assembleia da República, nada garantia a aplicação prática eficaz das mesmas.
Ainda ontem, em conversa sobre o encontro dos G8 e em relação ao protocolo de Kyoto, o Zé Povinho fez se ouvir dizendo: "Ò Jorge Buchas, porque não facilitas as coisas, pá. Assina lá o papel e aprende com os Portugueses! É simples! Nós por cá assinamos tudo e depois não cumprimos nada...”